sexta-feira, 29 de maio de 2015

VEJA: As piores novelas dos últimos 20 anos; Babilônia na lista

alx_adriana_esteves_gloria_pires_babilon

'Babilônia'
Babilônia (2015), a novela assinada por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Bragam, começou com um primeiro capítulo eletrizante, com um assassinato e a eclosão de intrigas entre as duas vilãs, Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves). Mas, do segundo capítulo em diante, a trama desandou. A mocinha Regina (Camila Pitanga), para quem, teoricamente, o público deveria torcer, acabou se revelando uma chata profissional, que fala aos gritos, e as vilãs, que se odiavam e prometiam grandes conflitos, passaram a ser aliadas. Os espectadores perceberam que a trama estava fraca e não deu outra: a audiência despencou, dando a Babilônia os piores índices já registrados por uma novela das nove: ela chegou a marcar menos do que o Jornal Nacional e a novela das sete Alto Astral. Sem um enredo forte e cheio de lições de moral, o folhetim segue de mal com o público, com uma média pouco acima dos 25 pontos no Ibope da Grande São Paulo.

alx_laerte_luiza_em_familia_original.jpe

'Em Família'
Anunciada como a última novela de Manoel Carlos, que fez muito sucesso na Globo com folhetins como Por Amor (1997),Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2003), Em Família (2014) foi uma triste despedida do autor. Com uma trama lenta e personagens pouco carismáticos, como a própria Helena (Julia Lemmertz), a protagonista amargurada, e sua filha, Luiza (Bruna Marquezine), a garota mimada que ficava com o ex-namorado da mãe, a novela se arrastou e, no fim, quase nada aconteceu. Nem a morte de Laerte (Gabriel Braga Nunes), que namorou Helena e depois se casou com Luiza, no último capítulo, agitou o folhetim, que terminou com a pior média de audiência de uma novela das nove até ali, de 29,8 pontos.

nanda-costa-a-morena-de-salve-jorge-orig

'Salve Jorge'
Gloria Perez não fugiu de sua velha fórmula em Salve Jorge (2012). Todos os elementos costumeiros da dramaturgia da autora estavam lá: um país exótico e pouco conhecido dos brasileiros como cenário, um amor impossível e muito merchandising social, tudo temperado por diversos erros de continuidade. O romance de Morena (Nanda Costa) e Theo (Rodrigo Lombardi) pouco emocionou os espectadores, que precisaram se esforçar para acompanhar a trama, principalmente porque, superpopulosa, a novela tinha 84 personagens distribuídos em oito núcleos. Na audiência, Salve Jorge também decepcionou: marcou média de 34,2 pontos, até então a pior de uma novela das nove da Globo.

alx_vende-se_um_veu_de_noiva_original.jp

'Vende-se um Véu de Noiva'
Silvio Santos nunca se fez de rogado ao mudar de horário, encurtar a duração ou simplesmente limar da telinha algum programa que não estivesse dando a audiência necessária. Não é porque Íris Abravanel é sua mulher que seria diferente.Vende-se um Véu de Noiva (2009), do qual ela era a autora, fez a emissora amargar o quarto lugar no Ibope durante todo o período de exibição. Por isso, terminou quase dois meses antes do previsto. Baseada na obra homônima de Janete Clair, a história girava em torno do casal Maria Célia (Thaís Pacholek) e Rubens Baronese (Nando Rodrigues). Nem as insistentes chamadas feitas pelo patrão no intervalo comercial impulsionaram o ibope.

alx_bela__a_feia_original.jpeg?143234166

'Bela, a Feia'
Bela, a Feia (2009) foi anunciada com toda a pompa e circunstância pela Record e a promessa de marcar 20 pontos no Ibope. Começou com 10 e foi caindo cada vez mais, chegando a marcar 5, muito diferente de novelas bem-sucedidas da emissora, como Promessas de Amor e Os Mutantes. A culpa pode não ser do canal, e sim da história da heroína feia e bobinha que se apaixona pelo lindo chefe garanhão e um dia aparece linda e fatal. A fórmula pode, simplesmente, ter cansado o público, que já foi apresentado à original colombiana (Betty, la Fea), exibida no Brasil pelo SBT e pela Rede TV!, e que deu origem ao seriado americano Ugly Betty.

grazi-massafera-20111018-46-original.jpe

'Negócio da China'
Miguel Falabella já tinha enfrentado alguns fracassos como autor de novelas, com Salsa & Merengue e A Lua me Disse, ambas escritas em parceria com Maria Carmem Barbosa. Mas foi em Negócio da China (2008), a primeira assinada sozinho, que a sua carreira de novelista foi mesmo colocada em xeque. O que era para ser uma história de ação para o público jovem tornou-se uma história sem pé nem cabeça, que misturava máfia chinesa, um pendrive com uma grande fortuna, lutas marciais, romances e a implicância de sogras. Uma das médias de audiência mais baixas das novelas da Globo e a saída precoce de Fábio Assunção, protagonista ao lado de Grazi Massafera que deixou a novela para tratar sua dependência química, acabaram mudando o rumo da história e ajudaram a antecipar o (desejado) fim da trama. O autor disse, inclusive, que só voltaria a escrever novela “se estivesse morrendo de fome”.

ator-ney-latorraca-retrospectiva-2007091

'Bang Bang'
A Globo inovou ao abordar o tema faroeste em uma novela. Mas foi um fiasco. A trama confusa e as piadas do velho oeste de Bang Bang (2005) não colaram. Os baixíssimos índices de audiência chegaram a afetar, inclusive, o imaculado ibope do Jornal Nacional, que vinha logo em seguida. Nem o autor teve paciência para escrever a história de Ben Silver (Bruno Garcia), que aos 8 anos teve a família morta pelos capangas de Paul Bullock (Mauro Mendonça) e volta para a cidade pronto a vingar o pai e enfrentar seu inimigo, quando se apaixona pela filha dele, Diana (Fernanda Lima). Alegando problemas de saúde, o novelista Mário Prata abandonou o folhetim nas primeiras semanas de exibição, deixando o abacaxi nas mãos de Carlos Lombardi, que não conseguiu fazer nenhum milagre com ele.

alx_estrela_guia_original.jpeg?143234182

'Estrela Guia'
Uma novela não pode ser considerada um fracasso apenas pelos baixos índices de audiência. Estrela Guia (2001) é o melhor exemplo. O ibope, para uma novela das seis, era bom, mas a história da jovem hippie Cristal (Sandy) era de dar sono. Ela nasce em uma comunidade hippie criada por seu pais e é batizada por Tony (Guilherme Fontes), com quem se encontra anos depois e vive uma história de amor, enquanto tenta lidar com “as armadilhas da cidade grande”. Talvez a curiosidade de ver Sandy na telinha – o papel foi escrito especialmente para ela – ou a simples fidelidade de seus fãs tenha feito a novela emplacar, apesar de ter sido uma das mais curtas da história, com apenas 83 capítulos, pouco mais de três meses.

alx_zaza_original.jpeg?1432341948

'Zazá'
Nem a presença da única atriz brasileira indicada ao Oscar foi suficiente para fazer Zazá (1997) decolar. Fernanda Montenegro fazia Zazá Dumont, uma mulher apaixonada por aviação e que jurava ser filha de ninguém menos que Santos Dumont. A história fraca se refletiu em audiência pífia. O autor, Lauro César Muniz, não lembrava nem de perto o grande sucesso experimentado com O Salvador da Pátria (1989). Ele assumiu em entrevista, pouco depois do fim da novela, que chegou a perder o controle da história e a vontade de fazer novela depois de Zazá, porque aquilo o "traumatizou".

alx_vira-lata_original.jpeg?1432342109

'Vira-Lata'
Carlos Lombardi já assumiu, em um evento de TV, que Vira-Lata (1996) é uma mancha em seu CURRÍCULO de novelista. “Às vezes, você descobre que foi problema seu, ou um erro de escalação, ou em geral uma mistura de tudo isso. Foi o que aconteceu com Vira-Lata“, disse o autor de fenômenos como Bebê a Bordo (1988) e Quatro por Quatro (1994). No fracasso em questão, Andréa Beltrão vivia Helena, uma mulher com duas filhas pequenas e um pai criminoso, que ela tentava esconder do marido, o promotor Viana (Murilo Benício). A empatia dos protagonistas com o público foi tão fraca que o autor decidiu virar a história e transformar o então casal coadjuvante – Fidel (Marcello Novaes) e Renata (Carolina Dieckmann) – em principal. Melhorou. Um pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário